Corte de 185 árvores assusta Vila Prudente
segunda-feira, 26 de setembro de 2011Os moradores reclamam das 185 árvores cortadas no Jardim Independência, na região do bairro Vila Prudente, Zona Leste de SP, mas reconhecem: toda a área será beneficiada com a construção da garagem, estacionamento, oficina de manutenção e pátio de manobras do Oratório, imprescindível para a implantação do monotrilho que, como extensão da Linha 2-Verde do Metrô, vai ligar o bairro à Cidade Tiradentes, em 2016.
O barulho das serras e o cenário de troncos cortados e árvores caídas, a princípio, deixou os vizinhos preocupados. Assustados, chegaram a chamar a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana, denunciando uma devastação no terreno de 40 mil metros quadrados que pertenceu à antiga fábrica da Linhas Corrente. E logo ficaram sabendo que o corte estava previsto.
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, que monitora os trabalhos, informa que ficou estabelecido que outras 98 árvores do terreno serão preservadas e 137 plantadas dentro e no entorno da área, na chamada calçada verde, como plantio compensatório. Mais 59 árvores serão transplantadas de onde estão, sendo que 57 para o mesmo terreno do futuro pátio.
Para compensar os cortes, o Metrô ainda promete plantar 2.559 mudas de árvores em locais determinados pela Prefeitura. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente divulgou que o plantio será feito em espaços ao longo e no entorno da linha do monotrilho, para aumentar a permeabilidade do solo e a cobertura arbórea.
O primeiro trecho do monotrilho (Vila Prudente-Oratório) será inaugurado em 2013. O trajeto que vai da Vila Prudente a São Mateus tem previsão de entrar em funcionamento em 2014. E a última parte da linha, que terá 24,6 qulômetros, até a Cidade Tiradentes, deverá ficar pronta em 2016. O empreendimento vai custar R$ 2,4 bilhões.
O monotrilho do Metrô terá 17 estações e transportará 500 mil passageiros por dia. O deslocamento do extremo da Zona Leste ao Centro, que hoje leva duas horas, será de 50 minutos.
Moradores
“Ninguém gostou que tiraram as árvores, mas aprovamos o Metrô”, disse a estudante Karen Quiroga, de 23 anos. “Não está certo derrubar, mas quem consegue impedir?”, perguntou o aposentado Arnaldo Santos, de 79. Ju Domingos, de 30, dona de um bar na frente do terreno do futuro Pátio do Oratório, lamentou pelas árvores, mas quer o Metrô. Um amigo passou verniz em pedaços das árvores cortadas e agora Ju os exibe como artesanato. “Fazer o quê?”
Fonte: Diário de S. Paulo
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